domingo, 13 de março de 2011

Um dia de domingo num domingo destes...

Ruidoso silêncio que se faz sentir no meu início de dia de domingo. Quem diz que eu moro no meio da confusão citadina não conhece a Mouraria ao domingo. Domingo é o corte com a sociedade exterior para este bairro castiço de Lisboa. Com as lojas fechadas, com um ou outro turista de passagem, os pontos de ruído são então os largos e os cafés/tascas, onde se concentram alguns dos moradores, esses sim bastante barulhentos! Mas o silêncio persiste ainda assim. O dia não está mau para sair mas, parece que as ruas mesmo assim, tentam manter uma das tradições que eu tanto gosto. O meu bairro ao domingo parece uma vila, uma aldeia, com população diminuta em que só aparecem as caras conhecidas. Para mim chega-me um domingo todas as semanas desta calmaria semi-rural, sou um homem da cidade, a urbanização está em mim e é aqui que prefiro viver, com toda a azáfama que isso implica. Em casa, enrolado no meu robe e de janela bem aberta, contemplo as pequenas movimentações, o murmurinho das árvores e dos pássaros, uma ou outra pessoa que passa. Num segundo penso em tudo. Desejo a vitória com uma boa exibição do meu clube logo à noite. Penso nos meus amigos e pondero se os deva convidar para virem aqui ter e tomar qualquer coisa nesta agradável tarde de domingo. Lembro-me que é domingo e também eles devem estar empenhados num momento privado, num momento deles de relaxamento e auto-satisfação, deixe-mos para outro dia. Domingo introspectivo não é o mesmo sem ser atingido rapidamente por aquela necessidade de partilhar estas alturas com alguém, se for um alguém querido, torna-se num momento ainda mais especial. Recordo-me então de domingos especiais que tive. Pergunto-me a mim mesmo porque passo os domingos de agora sozinho. Sei a resposta mas não quero pensar nela, prefiro pensar noutras coisas. Prefiro pensar nos domingos futuros que me farão ter os do passado como memória, recordação de experiências boas que tornaram os meus domingos de agora melhores. Quero esses domingos futuros! Eles tardam em chegar...

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