terça-feira, 7 de outubro de 2014

Hipócrita contemporaneo

Mente cansada, suada, anestesiada, não sabe nada porque fecha os olhos, põe auscultadores e abstrai-se magoada com todos, com tudo, cego, surdo, mudo. Mudo de pensamento em pensamento e não consigo falar, momento após momento o perigo a avançar por entre neurónios que periculosamente abrandam sinapses, sinopse que inicía um perigoso prolapso mental, o que vai na minha alma afinal? Deslocado de um panorama de inteligência, segredos pouco secretos que ridicularizam inocências, estratégias novas para um novo nome que tem dividas antigas. Pontapeiam-se mentalidades por entre relvados e não me excluo de tal rebanho, publicitam-se ofertas sem oferta de um ganho interior, ganham despudor...enquanto isso consumo a água suja do imperialismo que me descalcifica em troca de prazer momentaneo, consumo banalidades de consumismo que me qualifica como "o" hipócrita contemporaneo!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

E enquanto escrevo e não escrevo, vivo...

E enquanto escrevo e não escrevo, vivo...

O blog tem ficado para segundo plano mas eu não deixo de escrever, escrevo e guardo, guardo informação enquanto vivo para depois partilhar enquanto escrevo.
Novidades são muitas mas é sabido que gosto cada vez menos de me expor, gosto cada vez mais da privacidade do incógnito. Ainda assim, partilho que o amor me bateu à porta, partilho que hoje escrevi uma carta, comprei um selo e meti no correio, namorei um pouco à moda antiga neste mundo de azáfama, neste mundo de "one touch solutions" e de tecnologias, abdiquei de dizer imediatamente, para cuidar carinhosamente de cada palavra escrita no papel...

Por entre amores e sabores, trabalho e stress, uma amiga minha teve a triste noticia que tinha cancro, foi operada e está com uma recuperação animada, espero que ela sinta todo o amor que temos para lhe dar, pois ela é de facto especial, e como não acredito que exista um "quase família" vou dizer que é família sem laços de sangue...

Como podem ver, viver a vida porque ninguém a pode viver por nós, sentir a liberdade de poder ser a pessoa que quero em vez da pessoa que esperam que eu seja. Abraçar quem gostamos e cuidar quem amamos para sermos felizes...

domingo, 11 de março de 2012

Faço tudo - Parte II

Uma peça de engenharia delicada
O nosso coração "tic-taca"
Nunca sonharia por nada
Nem numa visão fraca
Que por mais corda que desse
Essa peça enferrujaria ou parava
É no fundo frágil ao que parece
Relógio, velharia que tocava

Não acertas ponteiros nem a custo
Certos e ligeiros perante um susto
Mas inconstantes e arrítmicos numa paixão
Incessantes e atípicos tocam em vão...
Em vão descuidado enquanto to ofereço
Porque o meu relógio não tem preço
Prometes cuidado? É tudo o que peço
Encontra corda para o acertar
Coração, relógio na montra acorda para te amar!

Detalhe

Sinto com a ponta dos dedos, o braille mais lindo que existe, leio beleza enquanto te toco. Pinto com conta e sem medos o detalhe, omitindo o despiste que veio da incerteza anotando num bloco...Sinto e toco, escrevo e conto, pressinto e sufoco...sem medos no meu bloco escrevo e conto, o que pinto não é oco...é o mais belo que tu me fazes sentir...

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Faço tudo - Parte I

E faço de tudo para não ser um relógio quebrado, mas os meus ponteiros só andam para um lado...Serei um relógio quebrado ou um jogo viciado que tem sempre o mesmo resultado? Sei para onde se mexem os meus ponteiros, sei até o que me faz funcionar, horas, minutos e segundos certeiros aguardando o momento certo para te amar...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Amor entre dentes

Quando escrevo e mostro os dentes será que é um sorriso que tu sentes, porque dentes que se serram não são dentes que sorriem, estes contudo podem morder, porém uma mordida às vezes poderá não magoar mas deixar uma pequena marca, são as marcas que os sorrisos deixam também, cada um à sua maneira, mordo como sorrio...para magoar e para cuidar, para escarnecer e para amar, mordo, sorrio..odeio e amo sem nunca te tocar.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Ponto final...

Redundantemente, um dia terei um ponto final derradeiro, um ponto final final portanto. Escrever é bom, alivia-me a partilha que faço de sentimentos e emoções com uma folha em branco, a tinta que se funde com o papel traço após traço e que lentamente gera um segredo, segredo que eu posso optar por partilhar com todos ou guardar preciosamente para mim...apenas para os meus olhos, para a minha interpretação, uma missão impossível que tal e qual um "Ethan Hunt" aceito ou rejeito conforme a minha avaliação dos perigos e benefícios. Mas em todas as palavras que escrevo, surgem significados, surgem possibilidades, surgem caminhos, até poderia ser um dia uma coisa positiva para mim penso inocentemente, mas recordo escritores que viveram a sua vida amputada, viveram sub-mundos imaginários que fizeram com que eles fossem exemplos da literatura e ao mesmo tempo que lhes amputaram a vida real, não viveram como escreveram foi o que foi! E eu não quero isso...quero viver! Quero usufruir da imaginação com efeitos práticos! Quero ser eu com todo o aprimoramento da minha escrita na versão vida real! Quero manter-me genuíno como o faço a escrever, ser livre como é livre a minha mão quando rabisca versos em cima da superfície alva do bloco de notas! Por isso um dia...pousarei a caneta...escreverei uma última frase e um último ponto final...afinal de contas, é para isso que ele existe...