quinta-feira, 17 de março de 2011

Quando escrevo...

Hoje numa troca de impressões com uma "amiga/jeitosa", como eu adoro o termo, surgiu a pergunta da parte dela: "em que pensas quando escreves?"
Ao que eu respondo: "Em quê? em quem? Hoje em dia já penso mais antes de escrever. Para parecer bonito antes de mais...mas não tenho problemas em dizer que estão carregados de sentimento...inicialmente pensava apenas numa mulher que era a musa...hoje a musa é também o vilão...e outras musas vão interferindo na minha escrita...".
Em tom de brincadeira trocamos impressões sobre a minha fanfarronice para com o motivo da escrita mas mais adiante a explicação tornou-se um pouco mais próxima da verdade. A certa altura complementei com um: "Agora que escrevo...e quando escrevo não quer dizer que seja sempre poesia em verso...escrevo com o que me marca, com o que me faz pensar em loop sem sair daquele ciclo repetitivo que te deixa às vezes perto da insanidade...escrever é o melhor desabafo de sempre...escrever poesia é mostrar o meu coração ao mundo...é mostrar que está vincado...que está alegre e magoado tudo num só órgão que pulsa com toda a genica da minha vida...".
Ora aqui já vejo um retrato que transmite o que eu quero da escrita, emoção, verdade, sentimentos, sentir que quando estou a escrever estou a partilhar o meu "eu" com quem está a ler e que essa pessoa vai ficar diferente com aquele bocadinho de mim que recebeu. Sou maior e mais abrangente quando escrevo, sou eu, sou o que me rodeia, sou quem me lê, sou o mensageiro e a mensagem, sou tudo e não sou nada, sou letras, sou cor, sou uma frase revolucionária ou uma declaração de amor...sou preto no branco, sou a mudança, sou a tradição que não muda...sou sozinho...mas sou uma multidão, um povo e um País quando escrevo!

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